
Presente de Grego
Se a cultura Ocidental tem um berço, este é a Grécia. A herança cultural nos deixada pela civilização grega é tamanha, que nem sequer os romanos escaparam. Seja nas artes, na mitologia, na maneira de pensar, em tudo os gregos parecem estar. Difícil imaginar hoje qualquer manifestação cultural em que os gregos não tenham lá seu dedinho. Mas talvez seja a filosofia, o campo do conhecimento humano que mais sofreu influencias do povo de Zeus. Na verdade, é na Grécia que se inicia a história do pensamento Ocidental. Para ser mais claro, depois do surgimento da figura de Sócrates.
O ateniense, representado nos diálogos de seu discípulo Platão, revolucionou a maneira de pensar da época. Ao apontar o dedo na cara dos cidadãos de Atenas e perguntar coisas do tipo: o que é a verdade? Sócrates, na realidade, estava “convidando” o povo grego a questionar tudo que era possível. Era a exaltação da razão. Para ser mais especifico, Sócrates dividiu o mundo em dois. Sem creditar uma força sobrenatural ao grego, pensemos: se por um lado havia a razão, por outro havia a emoção. Se por um lado temos a verdade, por outro a mentira, e assim por diante. Quase dois milênios depois, e ainda hoje o pensamento socrático ousa assombrar o espírito da humanidade.
Raul Seixas, em uma de suas canções, prefere ser contraditório a ter sempre a mesma opinião formada sobre tudo. Para ele, pode-se muito bem estar de um lado hoje e do outro amanhã. Não me arrisco a criticar essa dicotomia intermitente após ter exposto idéias desses dois grandes gênios. Porém, esses paradigmas podem ser perigosos quando subvertidos. Explico.
A idéia de que as coisas não tenham um só conceito, não pode ser confundida com o esquecimento dos fatos. Na Idade Média, Tomás de Aquino, muito mais influenciado pela filosofia grega do que esse que vos escreve, se questionava se seria possível Deus devolver o estado natural da mulher após esta manter relações com um homem. Passado o tempo, Aquino se convence de que Deus podia sim devolver a pureza feminina, porém não podia reverter o fato dela tê-la perdido. Ou seja, podemos sim mudar de opinião e é saudável que façamos isso. Mas não podemos ir contra os fatos. Quando uma pessoa que viveu entre as décadas de 70 e 80 afirma que sua geração foi melhor do que a atual, ela exerce seu pleno direito de pensar. No entanto, se em defesa de sua idéia, essa pessoas alegar, exclusivamente, que sua geração é melhor que a de hoje pelo fato desta última consumir drogas, ela está subvertendo as coisas, indo contra os fatos. Exceto pelo aumento da população, não vejo outro dado que possa dar sustentação a essa afirmação. Muito pelo contrário. É sabido por todos que, nos anos 70 principalmente, aconteceram inúmeras coisas que, se não justificam o uso excessivo de drogas, principalmente por parte dos jovens daquela época, ajudam a explicar. Meus próprios sobrinhos já devem ter visto a famosa cena do Jim Morrison caindo de bêbado no palco. E o líder dos Doors foi só um expoente de uma geração marcada, justamente, pelo uso exacerbado de entorpecentes. Sem ir muito longe, a história do bar paulistano Madame Satã ajuda a esclarecer alguns.
Enfim, a contradição é válida e mesmo esse autor que vos escreve tem seus dias de metamorfose. Agora, a contradição já não é mais tão válida assim, quando se esquece dos fatos. Pois se não, duvido que os gregos, inclusive Sócrates, aceitariam atribuir a outro povo a invenção do cavalo de Tróia. Nem a uma geração posterior, muito menos a uma anterior. E tenho dito.
Se a cultura Ocidental tem um berço, este é a Grécia. A herança cultural nos deixada pela civilização grega é tamanha, que nem sequer os romanos escaparam. Seja nas artes, na mitologia, na maneira de pensar, em tudo os gregos parecem estar. Difícil imaginar hoje qualquer manifestação cultural em que os gregos não tenham lá seu dedinho. Mas talvez seja a filosofia, o campo do conhecimento humano que mais sofreu influencias do povo de Zeus. Na verdade, é na Grécia que se inicia a história do pensamento Ocidental. Para ser mais claro, depois do surgimento da figura de Sócrates.
O ateniense, representado nos diálogos de seu discípulo Platão, revolucionou a maneira de pensar da época. Ao apontar o dedo na cara dos cidadãos de Atenas e perguntar coisas do tipo: o que é a verdade? Sócrates, na realidade, estava “convidando” o povo grego a questionar tudo que era possível. Era a exaltação da razão. Para ser mais especifico, Sócrates dividiu o mundo em dois. Sem creditar uma força sobrenatural ao grego, pensemos: se por um lado havia a razão, por outro havia a emoção. Se por um lado temos a verdade, por outro a mentira, e assim por diante. Quase dois milênios depois, e ainda hoje o pensamento socrático ousa assombrar o espírito da humanidade.
Raul Seixas, em uma de suas canções, prefere ser contraditório a ter sempre a mesma opinião formada sobre tudo. Para ele, pode-se muito bem estar de um lado hoje e do outro amanhã. Não me arrisco a criticar essa dicotomia intermitente após ter exposto idéias desses dois grandes gênios. Porém, esses paradigmas podem ser perigosos quando subvertidos. Explico.
A idéia de que as coisas não tenham um só conceito, não pode ser confundida com o esquecimento dos fatos. Na Idade Média, Tomás de Aquino, muito mais influenciado pela filosofia grega do que esse que vos escreve, se questionava se seria possível Deus devolver o estado natural da mulher após esta manter relações com um homem. Passado o tempo, Aquino se convence de que Deus podia sim devolver a pureza feminina, porém não podia reverter o fato dela tê-la perdido. Ou seja, podemos sim mudar de opinião e é saudável que façamos isso. Mas não podemos ir contra os fatos. Quando uma pessoa que viveu entre as décadas de 70 e 80 afirma que sua geração foi melhor do que a atual, ela exerce seu pleno direito de pensar. No entanto, se em defesa de sua idéia, essa pessoas alegar, exclusivamente, que sua geração é melhor que a de hoje pelo fato desta última consumir drogas, ela está subvertendo as coisas, indo contra os fatos. Exceto pelo aumento da população, não vejo outro dado que possa dar sustentação a essa afirmação. Muito pelo contrário. É sabido por todos que, nos anos 70 principalmente, aconteceram inúmeras coisas que, se não justificam o uso excessivo de drogas, principalmente por parte dos jovens daquela época, ajudam a explicar. Meus próprios sobrinhos já devem ter visto a famosa cena do Jim Morrison caindo de bêbado no palco. E o líder dos Doors foi só um expoente de uma geração marcada, justamente, pelo uso exacerbado de entorpecentes. Sem ir muito longe, a história do bar paulistano Madame Satã ajuda a esclarecer alguns.
Enfim, a contradição é válida e mesmo esse autor que vos escreve tem seus dias de metamorfose. Agora, a contradição já não é mais tão válida assim, quando se esquece dos fatos. Pois se não, duvido que os gregos, inclusive Sócrates, aceitariam atribuir a outro povo a invenção do cavalo de Tróia. Nem a uma geração posterior, muito menos a uma anterior. E tenho dito.
Um comentário:
Eu ainda prefiro citar Los Hermanos
"EU DIGO O QUE CONDIZ"
E me limito a comentar apenas isso...rs
Esse foi o seu melhor texto na minha opinião. Coerente e inteligente.
Ainda quero uma visão sua sobre o ser e o não-ser ein?
Agora tenho blog também e farei uma em breve.
Beijos.
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