terça-feira, 5 de junho de 2007

Joportunista

Cacopédia vai à campo e brinda seus leitores com reportagem sobre uma nova tendência da gastronomia brasileira: o mercado de carnes exóticas!

Um novo cardápio
Busca por culinária saudável faz crescer o consumo de carnes exóticas no país

O medo da gordura e do colesterol alto tem feito com que as pessoas busquem soluções das mais variadas para tal problema. Algumas, mais radicais, aderem ao vegetarianismo, alegando também defesa aos pobres animais. Outras, talvez não tão conscientes assim, vão em busca da culinária saudável independente de questões ambientais. Para essas, uma boa alternativa tem surgido em açougues e restaurantes do país, inclusive nos próprios hotéis. Trata-se do mercado de carnes exóticas.
Os animais, não sua maioria selvagens, são criados em cativeiros de alta tecnologia, com uma ração balanceada, ministrada com cuidado e de alta qualidade. O resultado é uma carne nutritiva e com percentual quase nulo, se tratando de colesterol. Some isso a um sabor diferente e pra lá de afrodisíaco, e temos aí uma receita que parece que veio pra ficar.

Saúde salgada

Carne de javali, avestruz, coelho e uma variedade de mais de cem itens de cortes e espécies exóticas podem ser encontradas na loja Porco Feliz, uma das tantas do gênero localizadas no Mercado Municipal de São Paulo. Ao falar da procura do público por carnes exóticas, o proprietário da loja, Silvio de Oliveira, se anima e não contem o riso. “A procura é muito, muito grande”. Ainda segundo ele as carnes mais procuradas “são as de javali, cordeiro, avestruz e jacaré um pouco menos”. No entanto, as mais procuradas podem ser também as mais caras. Dependendo da opção do consumidor, a busca pela saúde pode sair bem salgada. “Eu tenho carne de 2 a 180 reais. De 180 seria as de coagá, de carneiro, e de dois seria uma simples carne moída”, comenta Silvio. “Por se tratar de uma carne diferenciada desde a criação, ela passa a ser mais cara e daí a procura maior pela classe média”, completa.
Para seu Rivaldo, proprietário de outra loja de carnes exóticas do Mercado Municipal, o mercado pode sim se popularizar, mesmo com os altos preços das carnes. “A curto prazo não, a longo prazo sim. Só não populariza porque o povo brasileiro não está acostumado a comer, mas todos os descendentes de europeu comem normalmente, independente de ser classe média alta ou não. E com certeza são mais saudáveis do que a gente”, afirma seu Rivaldo.
Já o consumidor não é tão otimista quanto os proprietários. Para o comerciante Elivon de Melo, a compra de carnes exóticas só em ocasiões especiais. “Comprei mais por causa de um pessoal que queria provar da carne de avestruz. Nesse caso compensa, mas diretamente não, pois é muito caro”, ressalta ele, após pagar quase 40 reais em um pouco mais de meio quilo de carne de avestruz. É torcer para que o mercado cresça e os preços diminuam.

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