Após um tempo de espera, a platéia, formada em sua maioria por estudantes, teve a certeza de que valeu a pena esperar. Caco já chegou deixando transparecer sua simpatia e simplicidade. Suas primeiras palavras dirigidas aos ansiosos alunos foram: “Eu sei que mereço uma vaia”, em tom descontraído. E essa foi apenas uma das inúmeras demonstrações dadas pelo jornalista do seu jeito simples e ao mesmo tempo cativante.
Enquanto Caco contava suas experiências adquiridas em anos de profissão, o público ouvia boquiaberto, quase estático. Uma verdadeira aula de jornalismo e, acima de tudo, de como lidar com as pessoas, sejam estas detentoras de um bom discurso ou não. Digo isso, pois, mesmo diante de algumas perguntas um pouco menos elaboradas, Caco em nenhum momento deixava de ser atencioso, respondendo sempre educadamente, com uma consciência de quem falava não só para um público erudito, como também para um público menos favorecido em termos de cultura.
Dono de argumentos na sua maioria incontestáveis, Caco a cada resposta dada, defendia com propriedade seu lado que nunca foi novidade pra ninguém, o dos menos favorecidos. Um exemplo foi quando falou do caso do menino João Hélio. Segundo Caco “o caso é sim digno de preocupação, mas ao mesmo tempo revela um certo saudosismo por parte de nós da imprensa, que muitas vezes esquecemos de noticiar fatos não menos relevantes, por esses não serem interessantes para aqueles que detém o poder”.
Completou o raciocínio lembrando o caso da prostituta morta em São Paulo em circunstâncias iguais às do menino carioca e que mesmo assim não obteve a mesma divulgação. No final, após ser muito aplaudido, atendeu a todos um por um, com uma paciência admirável. É por essas e por outras que Caco faz com que alguns bons profissionais de sua área sejam, apenas, bons profissionais.
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